A formação do pedagogo no século XXI

É senso comum que o curso de Pedagogia forma professores para trabalhar com a Educação Infantil e os anos iniciais do Ensino Fundamental. Mas sabemos que as funções do pedagogo vão além da sala de aula, há muitos espaços na sociedade que precisam do profissional de Pedagogia, inclusive fora das escolas, o que é uma coisa relativamente nova.

Isso nos faz pensar na formação que é necessária para que os formandos de Pedagogia possam ter abrangência de conhecimentos e a qualificação necessária para atuar nos diversos campos de trabalho possíveis para o pedagogo. Após assistir alguns vídeos com reflexões da Drª Bernadete Gatti e do Dr. Antônio Nóvoa, identifiquei alguns pontos esssenciais e que são falhos na formação dos pedagogos. Minha formação de Magistério e Licenciatura em História e meus anos de experiência como professora me comprovaram as falhas e necessidades apontadas pelos dois pesquisadores: 
  • muitos dos profissionais que formam professores/pedagogos não têm experiência real em sala de aula fora do espaço acadêmico, não conhecem a realidade de uma escola, ou mesmo a realidade fora do círculo acadêmico, isso não permite que possam preparar seus alunos para aquilo que eles mesmos desconhecem;
  • a formação é, em geral, muito teórica e tem pouca ou quase nenhuma prática e, essa, normalmente, é oferecida apenas no final do curso;
  • as formações oferecidas pelas escolas, muitas vezes, não atendem as necessidades que os professores têm em sala de aula, porque, em geral, não são planejadas de acordo com a realidade de cada escola, mas por administradores de fora da escola.

Assim, penso que o curso de Pedagogia deveria abranger em seu quadro de professores profissionais com práticas/experiências diversificadas para poderem orientar os alunos com propriedade de fala nos diversos campos de atuação. O curso deveria oferecer práticas, desde o início, em diferentes espaços para que os alunos possam conhecer as possibilidades de trabalho do pedagogo em diversos locais/áreas. E também acredito que seria bom se as universidades/faculdades tivessem convênios com as escolas para uma troca direta e formação continuada de professores que já atuam profissionalmente, ganhariam as escolas e os alunos universitários que, com o contato direto com professores e escolas, podem conhecer assim a realidade das escolas desde sua formação acadêmica. Outra coisa importante seria que os pedagogos, especialmente os que querem ser professores, pudessem aprender a trabalhar coletivamente, na prática em escola, desde o planejamento até a avaliação dos alunos, pois eu sentia muita falta desses momentos na escola. Apenas planejar em grupo não é planejar coletivamente e a avalição estanque e feita individualmente por cada professor, cada um com seu modo de ver o aluno, também não é o melhor. Vi um programa sobre educação nos países escandinávos muito interessante e os professores da Finlândia, considerado o país mais avançado em termos de educação no mundo, trabalham sempre coletivamente. Acredito que esse seja um grande desafio na formação dos pedagogos do século XXI.

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